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Jornalista x Apresentador

Lendo a coluna do jornalista Mauricio Stycer, publicada hoje (14) achei super interessante o questionamento que ele faz em relação aos jornalistas que cada vez mais estão na área de entretenimento. Por este motivo publico na integra seu texto.


Bial, Fátima, Leifert… Por que há cada vez mais jornalistas no comando do entretenimento?
Mauricio Stycer

No mesmo dia em que Fátima Bernardes recebeu a imprensa para falar sobre o programa que vai comandar, batizado com o seu nome, a Globo anunciou que Tiago Leifert será o apresentador de “The Voice Brasil”, reality show destinado a revelar talentos musicais.

Eis um movimento que parece irreversível, o da transformação de jornalistas da televisão em comandantes de programas de entretenimento. Por mais que pareça natural, não é.

Um dos aspectos mais sensíveis desta mudança diz respeito à proibição, na Globo, de jornalista ser garoto-propaganda ou fazer merchandising. Por este motivo, noticiou a “Folha”, Fátima está trocando de “patrão” dentro da emissora, deixando a Central Globo de Jornalismo para integrar a Central Globo de Produção.

A proibição de jornalista fazer publicidade é comum em diversas empresas. O garoto-propaganda é um ator, que fala bem de produtos que eventualmente nem conhece, usa ou gosta. Vendo um jornalista anunciar as qualidades de um produto de beleza, por exemplo, ou de um carro, o espectador pode ser levado a acreditar nele como se estivesse ouvindo a leitura de uma notícia.

Outro aspecto notável nesta mudança, que Boninho percebeu ao levar Pedro Bial para o “BBB”, e que agora repete com Leifert no “The Voice”, é a possibilidade lustrar uma bobagem do naipe de um reality show com o prestígio do jornalista. E também de usufruir do desembaraço de um profissional do mundo da notícia em situações que exigem jogo de cintura e improviso.

Vale notar, ainda, que as fronteiras entre jornalismo e entretenimento estão cada vez mais borradas, e não apenas na televisão. Espanta cada vez menos ver um jornalista de renome mudar de rumo desta forma. No caso de Leifert, alguém poderá dizer que nem é uma mundança já que o seu “Globo Esporte” é quase um reality show.

Um movimento que ainda falta, ao menos na Globo, é o da migração inversa. Por exemplo, Luciano Huck apresentar o “Jornal Nacional” ou Xuxa ser repórter do “Esporte Espetacular”. Pode ser legal.


Por Andressa Assis

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